O que aprendi sobre o perfil de desenvolvedores de jogos brasileiros durante a nossa seleção para programador

Olá, amigos!

Na última quarta-feira (01/10) à noite eu publiquei uma imagem abrindo a seleção para uma vaga de programador na Supernova. O resultado foi muito surpreendente para mim, e eu gostaria de compartilhar minhas impressões com vocês aqui.

Impacto da Postagem
A imagem foi compartilhada 57 vezes (no momento da escrita desta postagem), teve muitos comentários e amigos marcados, e nós recebemos mais de 100 currículos e respostas ao formulário de inscrição para a seleção. Além disso, nosso site mais que duplicou sua quantidade de visualizações durante os primeiros dias da seleção, e nossa página do facebook recebeu muitas curtidas. Eu realmente não esperava que houvesse tanto impacto com uma única postagem. Vejam abaixo a imagem de chamada:

 

Minhas impressões
Eu acredito que essa imagem tenha sido compartilhada tantas vezes devido ao seu tom bem humorado e descontraído, que remetem a um ambiente de trabalho divertido. O ponto mais determinante, porém, ao qual eu credito o sucesso da postagem é que existem muitas pessoas pelo Brasil com o sonho de trabalhar e se manter com jogos. Este também é o nosso sonho, que dia após dia vem se tornando cada vez mais realidade.

Sobre as respostas ao formulário
Nas mais de 100 respostas que obtivemos, encontramos desenvolvedores dos mais diversos perfis: estudantes cursos técnicos ou de graduação especializados para jogos, profissionais que trabalham com programação de software há vários anos e resolveram migrar para o desenvolvimento de jogos buscando realização pessoal, graduados ou pós-graduados em cursos de jogos, até profissionais que trabalham há anos na indústria de entretenimento eletrônico. As respostas vieram de 17 estados diferentes, e foram principalmente de homens. Quase todos gostavam da série Megaman X.

O que aprendi sobre o perfil dos desenvolvedores
Com toda essa base de dados bastante diversa que acumulamos durante essa seleção, pude tirar algumas conclusões:

  • Os desenvolvedores são muito apaixonados por jogos
    Uma das perguntas do formulário era: “Qual sua motivação para trabalhar com jogos?” e a maioria afirmou ser apaixonado por eles desde criança, e sonhar em trabalhar com isso.
  • Muitos começaram com o RPG Maker, Game Maker ou Mugen
    Assim como eu, muitos desenvolvedores começaram a fazer seus jogos com as engines que podiam, mesmo sem ter conhecimento formal de programação. RPG Maker, Game Maker e Mugen foram muito citados como ponto de partida para eles. Alguns os utilizam para projetos até hoje.
  • Muitos começaram a fazer jogos desde muito cedo
    10, 12 anos foram citadas várias vezes como a idade onde começaram a fazer jogos, seja utilizando uma ferramenta como RPG Maker ou não (jogos analógicos, por exemplo).
  • Baixa pretensão salarial média
    No formulária, constava a pergunta: “Qual sua pretensão salarial?”. A pretensão salarial média dos candidatos ficou em torno de R$ 1.200,00 mensais. Esse valor pode ser considerado baixo se comparado a outras áreas de atuação (como desenvolvimento de software tradicional). Como dito acima, creio que a grande paixão por jogos seja o principal motivo pelo qual há interesse em trabalhar nesta área, ficando o financeiro em segunda prioridade.
  • Muitos se candidataram para trabalhar como estagiários voluntários
    Os que se candidataram para trabalhar como estagiários afirmaram buscar a experiência de trabalhar em uma empresa estabelecida de jogos e conhecimento. Isso diz muito sobre a quantidade de oportunidades na área, atualmente no Brasil: acredito que se houvesse mais oportunidades, menos estariam buscando entrar na indústria e mais estariam buscando trabalhos remunerados.

Bem, a seleção foi difícil e consideramos vários critérios dos levantados pelo nosso formulário. Já respondi a todos que entraram em contato, e agradeço novamente aos que se candidataram pelo interesse em trabalhar conosco.

Acredito que essas impressões que pude extrair desses dados possam ser úteis a mais pessoas, e fico feliz em compartilhar.

Qualquer dúvida ou opinião, comentem aqui embaixo que eu respondo o que estiver ao meu alcance. Obrigado! 🙂

Renan Rodrigues

11 comments to “O que aprendi sobre o perfil de desenvolvedores de jogos brasileiros durante a nossa seleção para programador”

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  1. Tiago Raposo says: October 7, 2015 at 12:34 pm

    Obrigado por esse insight sobre o mercado de profissionais de jogos no Brasil! Esse é o tipo de informação que não vemos por aí.

  2. Supernova, parabens pela atitude de compatilhar essa informação, tenho o pensamento de que é melhor eu mostrar a todos uma informação do que esconde-la de todos para meu própio beneficio, parece que voceis tem esse pensamento tambem

    Ah gostei da logo tipo da sua empresa ^^ (eu tinha pensando em criar algo assim tambem para mim, parece que alguem além de pensar, tbm e fez primeiro xD)

    • Valeu, Rubens! Nós também acreditamos muito no valor de compartilhar. A indústria de jogos no Brasil é muito nova e precisa de todo incentivo para podermos crescer. União entre os desenvolvedores é algo essencial para nós.

      Valeu pelo elogio à nossa logo 🙂 Ainda está em processo de melhoria, mas é algo por aí mesmo que estamos pensando. Faz a sua e mostra pra gente dar um feedback 🙂
      Abraço o/

  3. Eae grande Renan, eu pensei em me candidatar ,mas sou programador de java(vou fazer o exame ocp esse mês) e cc++ , sei muito pouco de c#, se tivesse mais conhecimento, me canditaria tbm. =D
    Abraços,

    • Massa, cara!
      Eu recomendo dar uma estudada em C# e Unity ou na Unreal para trabalhar no mundo de jogos, pois são algumas habilidades muito requisitadas. Mas aí depende da área né, tem jogos em várias outras linguagens e engines também, como Java, HTML5 etc.
      Abraços!

  4. Bruno Lacerda says: January 14, 2016 at 8:19 am

    Olá, na opinião de vocês, a graduação na área de jogos ou o ensino superior em geral é fator determinante para ingressar na área? Ou cursos livres e portfólio já podem garantir uma vaga?

    • Acredito que depende da empresa/equipe.
      Vou comentar o que nós buscávamos nessa seleção: ensino superior (completo ou em curso) é bastante desejável, não necessariamente obrigatório, no entanto. Fazer um curso de jogos não era algo também essencial, e tinha até menos relevância pra gente do que ter, por exemplo, um curso superior.
      O que nós buscamos mais fortemente na seleção foi: experiência real de produção de jogos e um bom portfolio, além de uma forte vocação. Buscamos alguém que queira trabalhar com jogos pelo resto da vida, mais do que apenas curiosos.

      Então acredito que sim, é possível garantir uma vaga com experiência e um excelente portfolio. A questão de cursos de graduação e de jogos em geral, é que eles podem te ajudar muito a montar esse portfolio.

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